Era uma vez...


"Em um tempo muito, muito distante, quando a Deusa caminhava sobre a Terra e todas as coisas eram sagradas...
Nas noites encantadas,surgia em meio a floresta misteriosa
um velhinho exausto e tremulo e a Deusa em sua face Anciã,
o tomava em seus braços, se balançando em sua cadeira o embalava, cantando...cantando...
E pela manhã ele saltava de seus braços, agora já uma criança radiante e se alçava aos céus para raiar o dia.
Ele é a Criança Solar, Ela é a Mãe de todas as coisas..."

25 de setembro de 2012

Eu ouvi dizer que....

 

A Canabis Sativa é original da Ásia, da qual também é extraído o haxixe e o kif. A planta é também citada no Velho Testamento, cantada e louvada por Salomão, que a chamava de kálamo (cânhamo) . No Brasil era utilizada pelos escravos africanos que conheciam suas propriedades. Sabe-se que ela é de uso de muitas tribos por lá, mas principalmente os pigmeus e zulus povos de Angola, Moçambique, Congo,
etc., que a utilizavam ritualisticamente como uma “planta sagrada”.
Sabe-se que os indios brasileiros também usam, principalmente na região de Maranhão e Sergipe. Vamos a algumas possibilidades : os Tenetehara (os mais famosos no uso), Saterê-Mawé, Guajajara, Tukano, Macu, Tucuna, Mura…….Era muito difundida entre negros e caboclos que a chamavam também de : fumo-de-caboclo
Era utilizada para fins terapêuticos na China, como anestésico; também por africanos e asiáticos para aliviar tosses, dores de cabeça e cólica menstruais. Alguns pesquisadores afirmam que ela é eficiente em casos de anorexia, glaucoma, enxaqueca, hipertensão, asma e ataques cardíacos. Utilizada também pela medicina Ayurveda
Segundo o pesquisador Rowan Robinson, uma antiga história relata que Shiva brigou com sua família e se afastou nos campos, e devido ao sol intenso, foi abrigar-se debaixo de uma planta alta de cânhamo, e come alguma de suas folhas, e ela o revigorou tanto, que ele a adotou como alimento preferido, tornando-se conhecido como o ” Senhor do Bangue . O Bangue era históricamente associado a Kali, aspecto feminino de Shiva.
No budismo mahaiana, prossegue Rowan, reza uma lenda que Buda viveu de uma semente de cannabis por dia durante seis anos de disciplina, antes da sua iluminação. Os budistas tântricos do Himalaia, usam cannabis ritualmente para aprofundar sua meditação e elevar a consciência.
Há traços de sua utilização ritual nas mais diferentes crenças, no taoismo chines, judaísmo, em tradições japonesas, no movimento rastafari, e em diversas práticas xamânicas.
A cannabis sativa é uma Planta da Lua. É bom entender o ensino que a lua nos dá, também através de suas plantas. A Lua reflete o brilho do Sol, porém tem uma parte da lua que o sol não Ilumina, que alguns podem chamar de Lua Negra, ou Lilith. Eu prefiro chamar de sombra. A luz do xamanismo ensina que quando se lida com uma planta da lua, é preciso saber o que é a sombra da planta, já que a luz é evidente. Por exemplo a dependência é uma parte sombria, que pode ser provocada pelo uso sem consciência de qualquer planta. A luz de uma Planta da Lua é evidente quando consumida como um sacramento, como um poder de Deus atuante através do Reino Vegetal, refletido pela força da lua, que pode trazer conforto, introspecção, expansão da consciência, concentração. Isso é para todas as Plantas da Lua. A energia é da donzela, da rainha e da anciã . Da mãe.

http://sagradamaegaya.wordpress.com/category/xamanismo/

18 de setembro de 2012

"Em todo caos existe um cosmos, 
em toda desordem uma ordem" 
(C. G. Jung)

Verdade



Agora lembre-se. Mesmo uma verdade torna-se uma mentira se entrar em você pela porta errada. A verdade tem que entrar pela porta principal, através dos olhos. A verdade é uma visão, precisa ser vista com seus próprios olhos.

Naropa era um grande erudito, um grande sábio, tinha dez mil discípulos. Um dia estava sentado cercado por milhares de escrituras – antigas, bem antigas e raras. Subitamente ele caiu no sono, devia estar cansado, e teve uma visão.

Ele viu uma mulher muito velha, bem feia, horrível – uma bruxa. A feiúra dela era tal que ele começou a tremer no sonho. Era tão nauseante que ele queria fugir – mas fugir para onde, para onde ir?

Ele foi apanhado, como que hipnotizado pela velha bruxa. Os olhos dela eram como magnetos.

“O que você está estudando?” perguntou a velha.

Ele disse, “Filosofia, religião, epistemologia, linguagem, gramática, lógica.”

O velha perguntou de novo, “Você entende tudo isso?”

Naropa disse, “É claro... Sim, eu as compreendo.”

“Mas você compreende as palavras, ou o sentido?” A mulher perguntou novamente.

Milhares de perguntas foram perguntadas a Naropa na vida dele – milhares de estudantes sempre perguntando, inquirindo. Mas ninguém havia perguntado isso: se ele entendia as palavras ou o sentido. E os olhos da mulher eram penetrantes, olhos que iam até as profundezas de seu ser, era impossível mentir para ela. Para qualquer outro ele teria dito, “É claro que compreendo o sentido,” mas para essa mulher, essa mulher de aparência medonha, ele tinha que dizer a verdade. Ele disse, “Eu entendo as palavras.”

A mulher ficou muito feliz. Começou a dançar e a rir, e a feiúra dela foi transformada; uma beleza sutil começou a surgir nela. Pensando, “Eu a fiz tão feliz. Porque não fazê-la ainda mais feliz?” Naropa então disse, “E sim, eu também entendo o sentido.”

A mulher parou de rir, parou de dançar. Ela começou a chorar e a lamentar-se e toda sua feiúra voltou, mil vezes pior. Naropa perguntou: “Porque você está chorando e lamentando-se? E por que estava antes rindo e dançando?”

Ela respondeu: “Eu fiquei feliz porque um grande erudito como você não havia mentido. Mas agora estou chorando e lamentando porque você mentiu para mim. Eu sei – e você sabe – que você não compreende o sentido.”

A visão desapareceu e Naropa havia sido transformado. Ele fugiu da universidade e nunca mais tocou numa escritura novamente na sua vida. Tornou-se completamente ignorante, pois compreendeu que a mulher não era ninguém de fora, era somente uma projeção. Era o próprio ser de Naropa, que, através do conhecimento, havia se tornado tão feio. Bastou esse bocado de entendimento, a de que ele não compreendia o sentido, para que a feiúra se transformasse em algo belo.

A visão de Naropa é muito significativa. A menos que você sinta que o conhecimento é inútil, você nunca estará em busca da sabedoria. Você irá carregar a moeda falsa, pensando tratar-se de um tesouro verdadeiro. Você precisa perceber que o conhecimento é uma moeda falsa, pois não é saber, não é entendimento. No máximo o conhecimento é algo intelectual: a palavra foi entendida, mas o sentido se perdeu.

17 de setembro de 2012

Freud


...como se um indivíduo não fosse 
homem ou mulher, mas sempre fosse ambos - 
simplesmente um pouco mais de um do que do outro.
S. Freud
In: Conferência XXXIII - Feminilidade (1932)

13 de setembro de 2012

Castaneda

 

- Sabe alguma coisa do mundo que o rodeia? — perguntou.
- Sei muitas coisas diferentes — respondi.
- Quero dizer, sente o mundo em volta de você?
- Sinto tanto do mundo em volta de mim quanto posso.
- Isso não basta. Tem de sentir tudo, senão o mundo perde o sentido.

11 de setembro de 2012

fábula

 
"Tudo é escritura, ou seja, fábula. 
Mas para que nos serve a verdade que tranquiliza 
o honesto proprietário? 
A NOSSA VERDADE POSSÍVEL TEM DE SER INVENÇÃO,
 ou seja, literatura, pintura, escultura, agricultura, 
piscicultura, todas as turas deste mundo. 
Os valores, turas, a santidade, uma tura,
o amor, pura tura, a beleza, tura das turas."

Cortázar

Castaneda

 Peyotão!!!!


- Quer-me ensinar alguma coisa a respeito do peiote, Dom Juan?
– Por que quer saber disso?
– Eu queria mesmo saber a respeito. Só querer saber não basta como motivo?
– Não! Tem de procurar em seu íntimo para saber por que um rapaz como você quer empreender essa tarefa de aprendizagem.
– Por que você mesmo aprendeu sobre isso, Dom Juan?
– Por que quer saber?
– Talvez nós dois tenhamos os mesmos motivos.
– Duvido. Sou índio. Não temos os mesmos caminhos.
– O único motivo que tenho é que desejo saber a respeito, só para aprender. Mas asseguro-lhe, Dom Juan, não tenho más intenções.
– Acredito em você. Já o fumeguei.
– Perdão?
– Não importa agora. Sei quais são suas intenções.
– Quer dizer que leu meus pensamentos?
– Pode ser.
– Então quer-me ensinar?
– Não!
– Por eu não ser índio?
– Não. Porque você não conhece seu íntimo. O importante é você saber exatamente por que quer envolver-se. Aprender a respeito de Mescalito é uma coisa muito séria. Se você fosse índio, só o seu desejo seria suficiente. Muito poucos índios têm esse desejo.

Cecília Meireles


 Tu tens um medo: Acabar. 
Não vês que acabas todo o dia. 
Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo.
 Que te renovas todo o dia. 
No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. 
Que és sempre o mesmo. 
Que morrerás por idades imensas.
 Até não teres medo de morrer. 
E então serás eterno.


10 de setembro de 2012

Castaneda

 
Sempre que terminamos de falar conosco, o mundo está sempre como devia ser. Nós o renovamos, o animamos com vida, o mantemos com nossa conversa interna. Não só isso, mas nós também escolhemos nossos caminhos, ao conversarmos conosco. Assim, repetimos as mesmas escolhas várias vezes até o dia de nossa morte, pois ficamos repetindo a mesma conversa interna toda vida, até morrermos. Um guerreiro sabe disso e procura parar de falar. Esse é o último item que você tem de aprender, se quiser viver como guerreiro.
— Como posso deixar de conversar comigo mesmo?
— Antes de tudo, tem de usar os ouvidos para aliviarem um pouco a carga de seus olhos. Usamos os olhos para julgar o mundo desde o dia em que nascemos. Falamos com os outros e conosco, sobretudo sobre o que vemos. Um guerreiro sabe disso e escuta o mundo; escuta os sons do mundo.
Guardei minhas notas. Dom Juan riu e disse que não queria que eu fizesse uma coisa forçada, que escutar os sons do mundo tinha de ser feito harmoniosamente e com muita paciência.
— Um guerreiro sabe o que o mundo se modificará assim que ele pára de conversar consigo — disse ele — e deve estar preparado para esse abalo monumental.
— O que quer dizer, Dom Juan?
— O mundo é assim e assado, e tal e tal, só porque nos dizemos que é dessa maneira. Se pararmos de nos dizer que o mundo é tal e tal, o mundo deixará de ser tal e tal. Neste momento, não creio que você esteja pronto para esse golpe monumental, e, portanto, deve começar lentamente a desfazer o mundo.
— Não o compreendo mesmo!
— Seu problema é que confunde o mundo com o que as pessoas fazem. Ainda nisso, não é o único. Todos nós fazemos isso. As coisas que as pessoas fazem são os escudos contra as forças que nos cercam; o que fazem como pessoas nos dá conforto e nos faz sentir seguros; o que as pessoas fazem é muito importante em si, mas apenas como escudo. Nunca aprendemos que as coisas que fazemos como pessoas são apenas escudos e deixamos que elas dominem e transtornem nossas vidas. Na verdade, eu diria que, para a humanidade, aquilo que as pessoas fazem é maior e mais importante do que o próprio mundo.

— O que é que você chama de mundo?
— O mundo é tudo o que está encerrado aqui — disse ele, pisando com força no chão. — A vida, a morte, pessoas, aliados, e tudo o mais que nos cerca. O mundo é incompreensível. Nunca o compreenderemos; nunca desvendaremos seus segredos. Assim temos de tratá-lo como ele é, um simples mistério!
“Mas o homem comum não faz isso. O mundo nunca é mistério para ele e, quando ele chega à velhice, está convencido de que não tem mais nada por que viver. Um velho não esgotou o mundo. Só esgotou o que as pessoas fazem. Mas, era sua estúpida confusão, acredita que o mundo não tem mais mistérios para ele. Que preço triste para pagar por nossos escudos!”.
“Um guerreiro sabe dessa confusão e aprende a tratar as coisas direito. As coisas que as pessoas fazem não podem, de jeito nenhum, ser mais importantes do que o mundo. É assim o guerreiro trata o mundo como um mistério infindável e o que as pessoas fazem como uma imensa loucura.”

9 de setembro de 2012

























"Se tens um coração de ferro, bom proveito.


O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."


José Saramago

8 de setembro de 2012

Psique


No mito de Psique e Eros, Psique não se dá conta
do profundo erro que comete quando tenta "ver"
o verdadeiro Amor, em vez de "confiar" nele. O
resultado é seu belo amado, Eros, ser ferido e
desaparecer. Ela precisa fazer uma viagem
sombria aos infernos, onde conhece as três
fiandeiras e tecelãs que lhe ensinam, que a vida
é curta e falam da necessidade de dar atenção
ao que mais importa.
( Ciranda das Mulheres Sábias)

6 de setembro de 2012


"... Ven, ven, quienquiera que seas; /
 Seas infiel, idólatra o pagano, ven / 
 Este no es un lugar de desesperación / 
Incluso si has roto tus votos cientos de veces, aún ven!...".
 Yalal ad-Din Rumi

Cobra-Grande: A Senhora brasileira da Ordem



Mito - Senhora dos Elementos possui os poderes cosmogônicos. É a geradora da vida. Dizem as lendas amazônicas que seu corpo é o próprio grande Rio, sendo as 61 aldeias e grupamentos ás suas margens o resultado de suas 61 paradas em sua viagem ao mar. Ela pode engolir toda a realidade e regurgitá-la depois, sob novas formas, como já ocorreu quando surgir

am os animais e a humanidade.

A Cobra-Grande é um mito que domina toda a mitologia amazônica. Identificada muitas vezes com a cobra jibóia, na verdade, a Cobra-Grande é, ao mesmo tempo, a Mãe e a Destruidora, apresentando, em diferentes mitos todos os aspectos da Grande Mãe. Toda a vasta cestaria indígena brasileira reflete em seus ornamentos referências ao mito da Cobra-Grande, ás vezes também referida como lesma ou lagarta mágica. Suas representações variam desde a forma de raio até a espiral - que seria a cobra enrodilhada -, e também como os grafismos presentes na cestaria e na cerâmica. Outra de suas formas é o arco-íris. Um mito riquíssimo, a Cobra-Grande encontra inúmeros paralelos na Tealogia mundial: Tiamat babilônica, Ísis egípcia, A Mulher-que-muda norte-americana, Oxumaré (em sua porção feminina), a Senhora das Serpentes de Creta, a Deusa Serpente do Nilo. Uma função da Cobra-Grande, a exemplo da Deusa chinesa Nu-kwa, é a recriação do mundo, a ordenação da realidade tal qual conhecemos. Separando as águas da terra, a luz das trevas, criando todos os seres que existem, a Cobra-Grande propicia a ordem e nos ajuda a aprender a aceitar os ciclos e sua natural demora. Ela ensina responsabilidade, aceitação das consequências, paciência. Ela também nos oferece toda a energia da vida, a kundalini, seu poder de criação e renovação. A Cobra-Grande é honrada no xamanismo brasileiro como o poder ancestral da serpente, reafirmando o mito universal da sagrada sexualidade criadora.

4 de setembro de 2012

Ciranda das Mulheres Sábias

 
E o que deveria fazer uma mulher que perdeu o
contato com um ou com o outro aspecto dessa
preciosa natureza dupla dentro de si mesma,
seja o espírito para sempre jovem, seja a anciã
conselheira... aqueles aspectos exatos que
tornam uma mulher uma "grande" neta, uma
"grande" avó, uma "grande" alma?
Receber "a bênção" para viver de verdade... Às
vezes passamos toda a nossa vida à espera da
"bênção", daquela que abra totalmente os
portões: "Ande, sim, seja a força que você está
destinada a ser... Ande, sim, viva como um ser
pleno o tempo todo, até seus limites mais
distantes."
(Clarissa Pinkola Estés)

SOBRE DIREITOS AUTORAIS

As fotos, figuras, textos, frases visualizadas neste blog, são de autorias diversas. Em alguns casos não foram atribuidos os créditos devidos por ignorância a respeito de sua procedência. Se alguém tiver
alguma objeção ou observação por favor contatar-me.
Namastê























CURRENT MOON